sexta-feira, 17 de abril de 2009

Palmeiras usa Santos como motivação para Libertadores


Uma vitória sobre o Santos neste sábado vale ao Palmeiras a vaga na final do Campeonato Paulista. E também aumenta a confiança para se manter vivo na Libertadores. Já pensando no duelo de terça-feira contra a LDU, quando pode ser eliminado do torneio continental no caso de derrota, o Verdão tenta usar a sequência de decisões a seu favor.
Desde o início do ano, a diretoria e a comissão técnica deixaram claros que o bicampeonato sul-americano é a prioridade do clube neste ano, tanto que os titulares foram diversas vezes poupados no Estadual. Por isso, o Peixe pode ser considerado uma 'cobaia' para Wanderley Luxemburgo saber se a decepção do empate contra o Sport serviu de lição.

"O jogo contra o Santos vai ser tão difícil quanto foi contra o Sport. Perdemos a vantagem contra eles (os alvinegros venceram a ida por 2 a 1 na Vila Belmiro e só precisam de um empate para se classificar) e temos que correr atrás para ficarmos motivados para o jogo de vida ou morte na terça-feira", alertou Marcos.

O aviso do goleiro, entretanto, não quer dizer que ele reprova a atuação dessa quarta-feira. O camisa 12 lamenta por mais dois pontos perdidos em casa, mas aponta o duelo contra os pernambucanos como uma prévia do que deve acontecer neste fim-de-semana: um Santos tão precavido quanto os nordestinos.

"Eles devem jogar fechados, como o Sport. E mesmo assim jogamos bem, só não conseguimos o resultado que queríamos", argumentou, acreditando que a garra mostrada no empate por 1 a 1 com os rubro-negros deve ser a tônica palmeirense para deixar o Palestra Itália com a vitória.

"Podem falar qualquer coisa da nossa atuação, menos que não lutamos. O Sport é um time forte e anulamos as suas jogadas. O segundo tempo foi um ataque contra defesa, quase não participei do jogo. Só que não conseguimos fazer mais gols", concluiu Marcos.

Preocupado com cansaço mental, Marcos até se confunde com favoritismo

Após três das seis 'decisões' que o Palmeiras enfrentará em abril, o maior alerta no elenco não é a parte física. Os titulares têm atuado regularmente e, até o momento, mostraram bom condicionamento. O problema é o desgaste psicológico. E a tensão em meio a tantos embates decisivos mexeu até com um dos principais ídolos do clube.
Jogador mais experiente do plantel de Wanderley Luxemburgo, Marcos procura tranquilizar os companheiros, evitando ampliar a já grande pressão sobre o elenco. Ao comentar sobre o duelo deste sábado contra o Santos, quando o Verdão precisa vencer para ir à final do Paulista, o goleiro tentou jogar a responsabilidade para o adversário. Mas logo recuou na tentativa.

"O Santos agora é o favorito porque está com a vantagem (venceu na ida por 2 a 1 na Vila Belmiro e se classifica com um empate no Palestra Itália). Jogar em casa ajuda, mas isso depende de muitas coisas, como a hora em que sair nosso primeiro gol, por exemplo. Não é clichê, mas clássico não tem favorito", confundiu-se o camisa 12, sem perceber que entrou em contradição.
Equívoco à parte, o arqueiro, que deve retomar a faixa de capitão até na Libertadores com a lesão de Edmilson, se mostra sereno depois de ter enfrentado metade dos confrontos que definem o futuro do clube no primeiro semestre. E divide a tarefa de acalmar os jovens atletas com seu técnico.
"Temos que evitar este desgaste psicológico. São muitos jogos decisivos, é muita tensão. Temos que conversar bastante com o Wanderley e procurar nos concentrar ao máximo em cada jogo", receitou, já minimizando os efeitos da sequência. "O cansaço mental existe, mas acho que já estamos acostumados. E temos que estar o mais descansado possível", reforçou.
Até o momento, o time brilhou ao bater o Sport por 2 a 0 no Recife pela Libertadores, mas decepcionou com a derrota no litoral pelo Estadual e o empate por 1 a 1 com o mesmo Sport em casa, também pela competição continental. Os resultados obrigam a equipe a ter 100% de aproveitamento para seguir vivo no Paulista e no torneio sul-americano sem depender de ninguém.

A situação, contudo, não aflige Marcos. O ídolo está confiante para vencer o Santos neste sábado e a LDU na terça-feira, ambos no Palestra Itália, e o Colo Colo, no dia 29, em Santiago, no Chile. Além de uma possível final regional, contra Corinthians ou São Paulo. "Ainda dependemos apenas da gente. Enquanto pudermos respirar e ter chances, vamos acreditar", discursou.

Com adversário pressionado, Mancini passa o favoritismo ao Palmeiras

Às vésperas do clássico que pode colocar o seu time na final do Campeonato Paulista, o técnico Vágner Mancini adotou um tom de discurso humilde, ao apontar o Palmeiras como favorito para o jogo. Na opinião do treinador santista, com o empate obtido pelo Verdão, nesta quarta-feira, contra o Sport, pela Taça Libertadores da América, a pressão sobre os palestrinos deve aumentar e isso deve ser levado para campo no sábado, quando a bola rolar no Parque Antártica, pela semifinal do Paulistão.

"Esse empate sobrecarrega a parte emocional do Palmeiras. Lógico que a vitória faria com que eles viessem mais motivados. Agora, diante desse empate, eles vão ter que mostrar uma força extra, pois sabem que esta pode ser a última decisão. Eles sabem que não podem falhar novamente em casa", analisou Mancini.

Para o comandante alvinegro, sabendo deste fato, o Peixe deve jogar em campo com naturalidade, sem ficar muito preso a parte defensiva. "Eu tenho passado a eles que não podemos ficar nos segurando na defesa durante os 90 minutos. Seria muito arriscado. O Sport fez isso ontem (quarta) em função da expulsão. Foi mais uma necessidade do momento (os pernambucanos jogaram o segundo tempo com dez jogadores) do que uma opção de jogo", comentou.

Por isso, a intenção de Vágner Mancini é ir ao Palestra Itália para jogar de igual para igual com o adversário. "O favorito desde o começo do ano é o Palmeiras. Sendo assim, temos que ter muita consciência tática e mostrar uma equipe sólida em campo. Temos que ter muito cuidado, principalmente na bola parada, que é um dos pontos fortes deles. Isso tem que ser neutralizado. Não podemos dar chance ao inimigo", disse o treinador, que também acredita que a tradição fala alto em momentos decisivos.

"Respeitamos o Palmeiras, mas a camisa do Santos é forte e temos que usar isso a nosso favor também", finalizou.

Willians é confirmado como quinto desfalque diante do Santos

Willians está fora das duas próximas 'decisões' do Palmeiras. A pubalgia que tem atrapalhado a sequência do atacante há quase um mês o deixa de fora contra o Santos, neste sábado pelo Paulista, e praticamente o descarta do duelo contra a LDU, na terça-feira pela Libertadores. Informação que aumenta os problemas de Wanderley Luxemburgo para vencer o clássico deste fim-de-semana e ir à final estadual.

Além do camisa 8, também não enfrentam o Peixe o volante Sandro Silva e os meias Cleiton Xavier e Marquinhos. Suspensos pelo terceiro cartão amarelo, e o defensor Edmilson, desfalque por 90 dias por fratura-luxação do cotovelo.

O caso de Willians, no entanto, preocupa mais do que os dos três meio-campistas. O ex-jogador do Vitória atuou em apenas duas das últimas oito partidas do Verdão (contra São Paulo e Sport, em Recife), em nenhuma delas por 90 minutos. O problema é que ele não sente dor quando corre, apenas quando chuta. E é esta peculiaridade que causa cautela na sua liberação.

"Acabei de examinar o Willians e ele já está em dor nenhuma, mas a ideia é dar um certo tempo para ele se recuperar. Não adianta treinar bem e sentir dor quando chuta. Por isso ele não vai para o jogo no fim-de-semana e dificilmente joga na terça-feira", confirmou o médico Otavio Vilhena.

Enquanto se recupera de sua inflamação no púbis, o atacante faz musculação e exercício na bicicleta para fortalecer o local da dor. Por enquanto, está descartada uma cirurgia. O planejamento, inclusive, é que ele volte a treinar com mais intensidade na próxima semana, mas sem data de volta aos campos para que sua cura seja completa.
"No momento, não pensamos em operá-lo porque a lesão não é grave. A probabilidade maior de recuperação é com um tratamento mais conservador", informou Otávio Vilhena, sem mostrar surpresa com o jogador que, até o momento, é o único do elenco com problemas musculares. "A pubalgia é uma patologia comum no futebol. A grande maioria dos clubes, seja Série A, B, C ou D, tem jogadores com este sintoma", comparou.

Com cotovelo 'destruído', recuperação de Edmilson pode durar 90 dias

O Palmeiras pode ter perdido um de seus trunfos para a Libertadores. Edmilson foi operado na tarde desta quinta-feira e foi detectada uma lesão ainda mais grave do que aparentava após o jogo dessa quarta-feira, contra o Sport. O volante teve seu cotovelo fragmentado e sua recuperação, antes prevista para 60 dias, deve ser estendida para três meses.

"O Edmilson sofreu uma das fraturas mais graves de cotovelo. A cabeça do rádio foi quebrada em aproximadamente cinco fragmentos, além da luxação e de uma lesão ligamentar. Tivemos que substituir a cabeça do rádio por uma liga de titânio.

A fase inicial de recuperação é de 60 dias, mas pode se estender para 90", informou Otavio Vilhena, médico do clube, pouco depois do fim do procedimento, que durou duas horas - o dobro do que se esperava.

"Nossa proposta seria a fixação da cabeça do rádio e a redução da sub-luxação, mas isso não foi possível pelo grande número de fragmentos. Tivemos que colocar uma prótese, que é o último estágio da ortopedia, porque não havia possibilidade de recuperação biológica. E tudo isso faz a recuperação ser mais lenta", continuou explicando.
O camisa 3, contratado para dar experiência à jovem equipe e capitão do time na Libertadores, segue no hospital, sem saber que a pior hipótese em relação à sua contusão se confirmou. Como o jogador ainda se recupera da anestesia, não se arrisca qual será sua reação por perder mais três meses de seus dois anos de contrato com o Verdão - já ficou 30 dias fora para recondicionamento físico.

"Não posso responder como ele vai reagir porque a cirurgia foi há pouco tempo. Mas ele já sabia que a prótese seria uma opção, foi informado de tudo. E sabia que não tinha sido uma coisa simples por causa do estalo que ouviu quando caiu. No hospital, estava tranquilo. Como todo bom jogador, se mostrava disposto ao tratamento porque queria jogar", contou Otavio.

Edmilson deve receber alta na sexta-feira ou no sábado e começa a fisioterapia assim que deixar o hospital. O meio-campista terá de usar uma tipóia de três semanas a um mês, impedido de realizar todos os movimentos no cotovelo. A cicatrização do local durará provavelmente seis semanas, e a partir daí estará livre para correr se estiver com segurança.

"Ele tem que ter segurança e força na articulação para ser liberado, poder cair e se sentir confortável para enfrentar as situações de jogo. Teoricamente, o prazo mínimo é a partir de dois meses se ele estiver fisicamente bem", argumentou o médico alviverde.
No prognóstico mais otimista, o pentacampeão estaria à disposição para as fases finais da Libertadores, no caso de o clube avançar na competição. O mais provável, contudo, é que o volante só volte a jogar no final do primeiro turno do Campeonato Brasileiro.