quarta-feira, 10 de junho de 2009

Goleiro Bruno faz piada com Keirrison: "Esse a natureza marca"


O primeiro trabalho do Palmeiras na inter-temporada em Atibaia teve Bruno como destaque. Em um treino de finalizações, o goleiro provocou todos os atacantes, e mirou principalmente em Keirrison. O camisa 9, contestado pela torcida por fazer apenas dois gols nos últimos 11 jogos, foi satirizado antes mesmo do primeiro chute.


"Nem vou falar daquele último ali. Este deixa que a natureza marca", gargalhou o arqueiro reserva, apontando para Keirrison, que ria timidamente com as duas mãos na cintura.

Os atletas de linha foram divididos em três grupos, e o centroavante era o último de sua fila. O desempenho foi ruim: em seis finalizações, o artilheiro alviverde na temporada chutou quatro para fora, uma defendida pelos pés de Deola (terceiro goleiro) e acertou apenas um nas redes.

"Olha que ridículo! Pega este fraco! O Keirrison não faz um gol em mim há oito coletivos", esbravejava Bruno. Pouco depois deste comentário, o camisa 9 teve a responsabilidade de fazer a última finalização. Parado em frente a Marcos, bateu rente à trave, para fora.

Mas não foi só Keirrison que sofreu com Bruno. O goleiro desafiou a todos e chegou até a ouvir conselhos de Marcos. "Goleiro que provoca atacante sofre, hein?", avisou o camisa 12. "Olha gente, quem está falando é ele!", completava o titular.
Depois do treinamento, os provocados, que tiveram aproveitamento abaixo dos 50% nas finalizações na manhã desta quarta-feira, davam risadas. "O Bruno parece que tomou Gardenal hoje, né?", indagou o zagueiro Maurício Ramos.

"Isso é normal, tem que descontrair para o ambiente ficar bem melhor aqui. Mas o (preparador físico Antônio) Mello deu estes chutes só para descontrair, o treino era físico", enfatizou o volante Pierre. "Ninguém pode perder. Vamos ficar quase cinco dias em Atibaia e o Bruno fica falando... Ele que pega mais no pé", contou o camisa 5.

Sacconi vive fase inédita: sem interessados e raras chances no Verdão

Deyvid Sacconi chegou ao Palmeiras no segundo semestre de 2007 indicado pelo então técnico Caio Júnior como alternativa para ausências de Valdívia. Terminou o ano pleiteando vaga de titular e iniciou a temporada seguinte, já com Wanderley Luxemburgo, como opção quase certa após do intervalo. Uma séria lesão no joelho, porém, o tirou dos campos entre fevereiro e setembro. E o meia perdeu espaço a ponto de nem ser inscrito na Libertadores.

"Nunca vivi esta fase. Surgi no Guarani como promessa e era titular absoluto. É normal quando um atleta não está jogando outros clubes demonstrarem interesse, mas nenhum outro clube me procurou", revelou o jogador de 22 anos, vinculado ao Palestra Itália até 30 de junho de 2011.
Nesta temporada, o atleta, que tem 100% dos direitos econômicos ligados ao Verdão, só participou de cinco jogos, quatro pelo Paulista e nos 2 a 1 impostos no Vitória no último domingo, pelo Brasileiro. À sua frente, o técnico já colocou Evandro (hoje no Atlético-MG), Marquinhos e Willians, além dos titulares Diego Souza e Cleiton Xavier. Todos jogadores da Traffic, fundo de investimentos parceiro do clube.

"Escuto comentários sobre isso, mas mais importante do que não ser da parceira é ser do clube. Tenho que agradar ao treinador, que vai colocar quem achar melhor. E ele conversa, assume a responsabilidade de tudo que acontece. No futebol, tenho que acatar, respeitar a hierarquia. Só cabe a mim treinar para ter minha chance novamente", responde Deyvid.
Para se motivar, o meio-campista usa as raras oportunidades que teve em 2009, quando chegou até a fazer o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Guarani no Estadual. "Tudo é fase. Tento tirar coisas boas e resumo tudo em paciência e muito trabalho. Minha consciência está tranquila porque, nos poucos minutos que tenho entrado, dei conta do recado. Fico chateado, mas não posso me abater", contou.

Como todo jogador de futebol, o garoto sonha em ser titular do seu time e chegar à seleção brasileira. E se diz certo de que é com Wanderley Luxemburgo que tem possibilidades de vencer na carreira. Por isso, aposta mais em uma boa impressão nos quatro dias que o elenco ficará em Atibaia do que em tentar a sorte em outra equipe.
"Não penso em sair. Se eu continuar sem jogar e a diretoria quiser me emprestar, tem que ser para um clube com um bom elenco para compensar. Se sair para um clube que não for igual ao Palmeiras e que me dê dor de cabeça, como salário atrasado, prefiro ficar porque aqui tenho tudo. Só falta ter mais chances", comentou.

Irregular, Palmeiras vê "chances altíssimas" do bi continental

Excluindo-se as tranquilas vitórias sobre o Real Potosí, da Bolívia, antes da fase de grupos, o Palmeiras só teve dificuldades nesta edição da Libertadores, tanto que segue para as semifinais apenas se vencer ou empatar por mais de um gol contra o Nacional, no dia 17, no Uruguai. E é exatamente esta sequência sofrida que anima o time na busca pela taça que não fica no Palestra Itália desde 1999.

"O Palmeiras está em um nível altíssimo. Até pela nossa situação, falei com alguns companheiros que nesta Libertadores a gente tem tudo para ficar com o título, por tudo que passamos: grupo da morte, classificação complicada...", relembrou Cleiton Xavier.

O próprio camisa 10 ganhou status de herói no torneio. Depois de perder para a LDU no Equador e Colo Colo no Palestra Itália, além de empatar com o Sport em casa, o Verdão alcançou sua terceira vitória na etapa de chaves e a vaga nas oitavas graças a um golaço do meia no últimos minutos de jogo contra o Colo em Santiago.
Classificado em segundo lugar no chamado "grupo da morte", o time passou para as quartas de final graças a mais uma noite iluminada de Marcos. O goleiro garantiu derrota por 'somente' 1 a 0 para o Sport em Recife - mesmo placar da ida em São Paulo - e defendeu três cobranças na decisão por pênaltis.

Para bater os uruguaios, que deixaram o Palestra Itália comemorando empate por 1 a 1, Wanderley Luxemburgo ainda busca a melhor formação. Por isso, treina a partir desta quarta-feira em Atibaia algumas possíveis formações para triunfar em Montevidéu e também no domingo, quando recebe o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro.

"O Wanderley está procurando um melhor posicionamento. É difícil fazer uma análise. Não foram muito jogos seguidos com a mesma equipe. Mas tenho certeza que ele procura o que tem de melhor", argumentou Cleiton Xavier.
Aprovação de campeão - Um dos destaques na única conquista de Libertadores da história do Palmeiras, Alex também tem esperanças no bicampeonato do Verdão. O meia do Fenerbahce, entretanto, está mais certo é de que neste ano, pela primeira vez desde 2006, o título será de um brasileiro.

"Acho que este título não sai do Brasil. Os times brasileiros têm que acreditar que é possível, porque todos têm qualidade", comentou, pedindo humildade aos compatriotas. "Tem que jogar bola e respeitar a qualidade dos adversários. Muitas vezes, os times brasileiros são melhores tecnicamente, mas acabam perdendo", apontou.

O otimismo do ídolo alviverde é tanto que ele não descarta nem uma vitória sobre o Barcelona, atual campeão europeu, em uma final de Mundial de Clubes. "O Barcelona agregou compactação com jogadores sempre próximos e qualidade com a bola no pé. É complicado porque o time dos caras está espetacular, bonito de se ver. Mas um time brasileiro tem condições de vencer, como fez o Inter", recordou.