domingo, 17 de maio de 2009

"Metralhadora" para Luxa, Marcos critica derrota para reservas

Há seis meses, para evitar problemas com Wanderley Luxemburgo, Marcos tem evitado criticar o Palmeiras depois de uma derrota. Neste domingo, no entanto, o goleiro não se segurou. Deixou o Beira-Rio extremamente irritado por ter levado 2 a 0 de um Internacional que começou o jogo sem Kléber, Guiñazu, D'Alessandro e Nilmar.

"Não jogamos nada, estou muito decepcionado. Enfrentamos os reservas do Inter e não poderíamos perder desse jeito. Assim não vai dar", indignou-se o camisa 12, que, como tem prometido o treinador, acredita que o time tem condições de ser campeão brasileiro.

"Mas, se continuar assim, não vamos chegar a lugar nenhum. Os três pontos que perdemos aqui vão refletir para definir o campeão porque o Inter é um adversário direto. Não podíamos ter jogado tão mal", prosseguiu o ídolo alviverde.
As novas reprovações do arqueiro deixaram Luxemburgo bravo. O técnico, que começou sua entrevista neste domingo bem-humorado, voltou a reclamar da postura de seu capitão. "Venho para a coletiva e as duas primeiras perguntas são sobre o Marcos?! Ele é uma metralhadora. Sempre fala bastante e eu que tenho que responder sobre o que ele falou...", comentou.

"Quando o Palmeiras ganha, a imprensa coloca o Marcos lá em cima e ele fala bem, como fez no Recife. Quando perde, eu tenho que ficar aqui comentando. Deixa eu ficar sossegado, falar sobre isso em outro momento", completou o treinador, que, após o goleiro defender três pênaltis e manter o Verdão na Libertadores, classificou as entrevistas na saída de campo como único defeito de Marcos.

As declarações do goleiro depois de tropeços se tornaram um problema maior para Luxemburgo após derrota por 3 a 0 para o Fluminense, no Maracanã, pelo Brasileiro do ano passado. Na sequência, o capitão foi quatro vezes ao ataque na tentativa de evitar vitória por 1 a 0 do Grêmio, no Palestra Itália e foi criticado publicamente por seu chefe. Prometeu não falar mais no gramado após os jogos - voltou a fazer isso apenas nesta temporada.
Mais do que questionar as palavras do jogador mais experiente de seu elenco neste domingo, Luxemburgo discorda da opinião do camisa 12. "Isso de reservas não tem nada a ver, é algo criado. Aqui, contra os reservas ou titulares do Inter, é sempre muito difícil vencer. E o Alecsandro, que é reserva, tem condições de jogar em qualquer equipe do Brasil", apontou.
O técnico alviverde aproveitou até para elogiar a opção do Internacional em colocar Nilmar e D'Alessandro no final do segundo tempo - o argentino fez o segundo gol colorado nos acréscimos.

"O Tite está de parabéns. Tem um jogo decisivo na quarta-feira e deixou alguns titulares no banco para dar um ritmo diferente", avaliou Luxemburgo, lembrando que os gaúchos ainda enfrentam o Flamengo pela Copa do Brasil.

Misto do Inter derrota titulares do Palmeiras e lidera

O Palmeiras foi a Porto Alegre com sua força máxima. Já o Internacional, de olho na Copa do Brasil, começou sem seus titulares. Suficiente para vencer por 2 a 0 e terminar a segunda rodada do Campeonato Brasileiro na liderança, com seis pontos. Pior para os paulistas, que somam três e voltam para casa mais uma vez derrotado no Beira-Rio.

Para abrir o placar, os colorados contaram com a agilidade e habilidade de Taison, que deixou Pierre para trás e cruzou para Danny Morais escorar com o pé e fazer o primeiro gol, aos 11 minutos do segundo tempo. Nos acréscimos da etapa final, já sem Pierre, expulso, D'Alessandro aproveitou rebote para selar a vitória gaúcha.

Motivados, os porto-alegrenses precisam derrotar o Flamengo às 21h50 (de Brasília) de quarta-feira, no Rio Grande do Sul, para ir às semifinais da Copa do Brasil. Já o Verdão parte na terça-feira para uma intertemporada em Atibaia antes de enfrentar o São Paulo no próximo domingo e o Nacional do Uruguai, pela Libertadores, no dia 28 - ambos no Palestra Itália.

O jogo -
Como havia anunciado Wanderley Luxemburgo, o Palmeiras entrou em campo com sua força máxima e pensando na Libertadores, já que Wendel, suspenso para o primeiro duelo contra o Nacional nas quartas de final, foi sacado. Com isso Mauricio Ramos atuou na lateral-direita e Marquinhos ganhou chance para, teoricamente, auxiliar Diego Souza e Keirrison no ataque.
O Internacional, porém, reforçou sua prioridade à Copa do Brasil. Depois de vencer o Corinthians no Pacaembu com seus titulares, Tite mandou a campo uma equipe sem o lateral-esquerdo Kleber, o volante Guiñazu, o meia D'Alessandro e o atacante Nilmar. O único representante do temido trio ofensivo colorado era Taison, e o garoto foi suficiente para assustar os visitantes.
Mesmo atuando no Beira-Rio, o Verdão iniciou o confronto com marcação adiantada, preenchendo o campo adversário. A alternativa para abrir espaços era fazer pressão nos zagueiros e volantes anfitriões e trocar passes para entrar na área de Lauro. Os defensores dos donos da casa, porém, afastavam todas as tentativas e logo buscavam seus homens de frente.

Mesmo acuados, os gaúchos tiveram mais sucesso. Os chutões que se transformavam em lançamentos valeram uma sequência de escanteios. Através de um deles, Taison mostrou suas maiores qualidades contra o principal marcador alviverde: a habilidade aliada com velocidade. E o Internacional achou o seu gol.

Aos 11 minutos, após escanteio, Marcelo Cordeiro tocou para o atacante, que aplicou um lindo drible, deixou Pierre desnorteado e chegou à linha de fundo para tocar para trás. Sem nenhuma ameaça da maioria palmeirense que estava na área, a bola chegou a Danny Morais, que bateu firme no canto direito de Marcos para abrir o placar.
Com a desvantagem, os paulistas, que atuavam como estivessem em casa marcando no ataque, lembraram que eram visitantes. As falhas na retaguarda começaram a aparecer com a rapidez de Taison e Marcelo Cordeiro pela esquerda. Pierre e Danilo ficavam perdidos, até mesmo com o recuo de Marquinhos, que passou a atuar praticamente como lateral-direito em uma defesa que agora tinha cinco jogadores.

Confiante, o campeão gaúcho se aproximou do segundo gol, novamente com Taison. Aos 32 minutos, após levantamento na área, Mauricio Ramos, na segunda trave, afastou mal e praticamente ajeitou a bola para Taison. O atacante soltou a bomba de primeira e Marcos, contrariado com os espaços dados ao adversário, salvou o time defendendo no reflexo.
Superior, o Inter só levou sustos quando falhou grotescamente. No meio-campo, Andrezinho deu passe para trás e acabou lançando Keirrison, que serviu Diego Souza. O meia dominou, foi abrindo espaço entrando na área em diagonal e buscou o canto esquerdo de Lauro. A bola passou rente à trave. Única finalização perigosa dos visitantes no primeiro tempo.
Preocupado em parar Taison e corrigir a marcação, Luxemburgo voltou do intervalo com Mozart no lugar de Souza. Na sequência do jogo, sacou Marquinhos, confuso na alternância entre ser lateral direito e meia, e o perdido Danilo para as entradas de Fabinho Capixaba e Ortigoza. Ganhou movimentação na frente e abriu o jogo pelas laterais.

Mais acordados em campo, Keirrison e Diego Souza passaram a se mexer constantemente, buscar tabelas, e os meias e laterais ganharam em Ortigoza, também correndo frequentemente, uma referência na frente. A solução de Tite, que via seu time quase não chegar ao ataque, foi colocar Guiñazu no lugar do apagado Rosinei, reforçando a marcação.
Mesmo assim, o Palmeiras criou boas chances. Primeiro, Keirrison cruzou na área para Cleiton Xavier, que errou no domínio. Na sequência, após levantamento para a área, Ortigoza desviou de cabeça e Diego Souza subiu mais que a marcação para testar a bola na trave esquerda de Lauro.
Com espaço pela direita, o contestado Fabinho Capixaba protagonizou dois bons lances. Aos 21, o lateral fez ótima jogada, foi à linha de fundo e cruzou fechado. Lauro não alcançou a bola, mas nenhum alviverde apareceu para tocar a bola para as redes vazias. Quatro minutos depois, o camisa 14 dominou rebote de escanteio com estilo e bateu com muito perigo, à esquerda de Lauro.

Preocupado com o recuo de sua equipe, Tite colocou D'Alessandro e Nilmar. Só conseguiu um chute perigoso de Guiñazu, além da expulsão de Pierre já aos 44, por ter levado o segundo cartão amarelo. A intensa pressão paulista, contudo, resultou apenas em um chute de Keirrison defendido com o peito por Lauro.
Nos acréscimos, Taison cruzou da esquerda, Nilmar concluiu e Marcos fez linda defesa. No rebote, D'Alessandro não perdoou. E, com a ajudade de dois de seus titulares, o Internacional, mesmo priorizando a Copa do Brasil, termina a segunda rodada do Brasileiro como líder.