segunda-feira, 25 de maio de 2009

De olhos marejados, Marcos agradece: tem o que fazer quando parar


Após um mês de conversa, Marcos finalmente acertou a renovação de seu contrato com o Palmeiras. O goleiro assinou até dezembro de 2011 para atuar em campo, e por mais três anos para trabalhar no clube na função que preferir quando se aposentar - provavelmente na comissão técnica. Se quiser jogar por mais tempo, o vínculo será estendido. Relação de confiança que fez o camisa 12 chorar. Culpa de um corintiano.
Pouco depois de ver o vice-presidente de futebol Gilberto Cipullo anunciar que o novo vínculo é por "confiança da diretoria no caráter e na personalidade de Marcos", o ídolo passou a explicar as razões do sucesso de sua trajetória de 17 anos no Palestra Italia. Os olhos marejaram quando ele falou de sua família, especificamente de seu pai - Ladislau Silveira Reis, que faleceu no ano passado e "era um corintiano que quebrava o rádio na parede", como define o filho mais famoso.
"Toda vez que falo do meu pai eu choro. Devo muito à minha família. Mas não vou chorar!", prometeu o goleiro, emendando a justificativa com um comentário bem-humorado. "Meu pai não falou nada para mim sobre esta renovação, mas minha mãe falou", sorriu, lembrando da "palestrina" Dona Antônia.
"O meu pai deve estar feliz. Minha mãe está. Ela é italiana, sempre torceu pelo Palmeiras e uma das pessoas que me fez ser palmeirense. Ainda não dei a notícia pessoalmente porque só assinamos hoje (segunda-feira), mas ela esperava que eu pudesse renovar. Ela estava achando que ia acabar, mas tem dois anos ainda...", continuou o goleiro.
A razão da emoção demonstrada pelo jogador chamado de santo pela torcida é exatamente a confiança de quem está à sua volta no Palestra Italia. Além da família, o arqueiro citou nomes de membros da comissão técnica que trabalharam na recuperação das muitas cirurgias que passou desde 2000. Marcos diz que os profissionais tinham a certeza de sua volta em grande estilo quando até mesmo ele achava melhor manter a titularidade com Diego Cavalieri, hoje reserva no Liverpool.
Agora, o camisa 12 'fugiu' até da dúvida sobre sua função depois da aposentadoria nos campos. "Fico muito feliz por este reconhecimento. Aqui não é a minha segunda casa, é a primeira, porque fico mais aqui do que em casa. São 17 anos dentro de um lugar, o carro chega sozinho. Não vir mais seria complicado, mas não tenho mais essa preocupação", aliviou-se, preferindo não definir ainda qual cargo vai exercer ao deixar o gol alviverde, o único que defendeu na carreira.
"Tenho dois anos para ver no que posso me encaixar. Mas quero ser produtivo, não estou assinando para ganhar dinheiro. Vou continuar jogando bola enquanto achar que sou produtivo jogando e, se puder ser produtivo em alguma coisa para ajudar na comissão técnica, eu fico. Se não, deixo para outro e penso em outra coisa", prometeu.

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