quinta-feira, 30 de abril de 2009

Kléber: "Eu amo o Palmeiras. Saí porque não me deixaram ficar"


O personagem mais irônico nas finais dos campeonatos estaduais do Brasil foi Kléber.
O atacante do Cruzeiro encarou a torcida atleticana, depois de ter marcado o seu gol, na goleada por 5 a 0.

Correu, bateu os braços, como um galo, ou uma galinha.
E ainda esfregou os olhos como se estivesse chorando.
Fez o que Valdívia consagrou no futebol como chororô.

Ele esteve em São Paulo nesta segunda-feira e falou ao blog, se foi orientado ou não pelo departamento jurídico do Cruzeiro, cabe ao leitor julgar.


Vamos ao ponto: você imitou uma galinha para ironizar a torcida do Atlético Mineiro?

Não...Eu imitei um galo. Eu havia prometido a amigos atleticanos que eu fiz em Belo Horizonte.
Não foi uma galinha, não. Imitei o símbolo da torcida do Atlético Mineiro, clube que eu respeito.

Você vai manter essa resposta sempre que for perguntado? Não está falando isso para não ser punido?

Ué...Vou sim. Imitei um galo. E eu já fui punido. Tomei cartão amarelo.
E o chororô?
Eu fiz para os meus amigos atleticanos. Eles estavam no Mineirão acompanhando o jogo. Não teve nada demais.
Não quis provocar a torcida do Atlético Mineiro, não.

Kléber, você tem um grande talento.
Não acha que está perdendo um grande espaço até em termos de convocações para a Seleção, por problemas disciplinares?

Posso ter perdido mesmo espaço. Sei que errei. Fui expulso algumas vezes. Mas já conversei com pessoas experientes. E decidi que isso não vai mais acontecer. Fui expulso duas vezes pelo Cruzeiro e já fui crucificado. Estou há mais de dez jogos sem ser expulso e ninguém fala nada.
Já entendi que estava perdendo tempo e não vou mais me envolver em expulsões.
Só que tem uma coisa: tenho a minha personalidade e não vou mudar inteiramente para agradar as pessoas. Sou como eu sou e acabou. Só não vou mais me prejudicar sendo expulso.

Como é que você vê a sua chance de brigar por uma vaga para a Seleção Brasileira?

É difícil. Sei quem joga no eixo Rio-São Paulo tem mais chance por causa da pressão da mídia.
Mas eu vou fazer o máximo. Estou em um clube realmente forte. O time tem ótimas chances de ganhar a Libertadores. Com grandes conquistas, gols, fica mais fácil abrir o caminho.

O que acha do Ronaldo no Corinthians?

Ele está não só jogando bem demais, como ensinando aos atacantes do Brasil como se deve fazer.
Sua presença é importante não só para o Corinthians, mas para o futebol brasileiro como um todo. O que ele fez contra o Santos foi sensacional. É um dos melhores do mundo, mostra como um atacante tem de fazer: juntar a técnica com a gana de fazer gols.

Vamos falar do Palmeiras. Você sabia que poderia estar fazendo dupla com Keirrison se a Traffic quisesse, não? Você só não ficou no clube porque os empresários não quiseram investir alto em um jogador de 25 anos.

Eu nem gosto de falar desse assunto. Eu amo o Palmeiras. Não me deixaram ficar. Poderia estar sim jogando com o Keirrison. Mas não quiseram. Eu sinto algo além do profissional pelo Palmeiras. Não quis sair, pelo contrário, fiz tudo para ficar. Tudo dentro do que eu poderia fazer. Foi tudo muito triste. Fui na sede da torcida (Mancha Verde) e falei o quanto queria continuar. Conversei com muita gente. Queria, cheguei a pedir para ficar. Quando não houve mais jeito, fui para o Cruzeiro. Onde aliás estou sendo bem tratado demais pela torcida. Eu estou bem, feliz...

Você voltará para o Palmeiras um dia?

Esse é meu desejo. Repito, não queria ter saído. Não fiquei porque não me quiseram.
Acho que gosto do Palmeiras até mais do que deveria. Se tiver chance, eu volto.
Se deixarem, lógico. Não agora, que eu quero seguir vivendo bem no Cruzeiro.
Tenho saudade do Palmeiras, não nego. Mas estou feliz em Belo Horizonte.

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