quinta-feira, 30 de abril de 2009

Palmeiras eu te amo: por Mauro Beting

Quando o Palestra virou Palmeiras, nasceu campeão, em 1942.

Quando o Palmeiras vira Palestra, volta classificado com um jogador a menos, contra um rival (campeão da América em 1991) que era e estava melhor, na casa dele, e com um jogador a mais, em 2009.

Na partida que precisava vencer em Santiago, Luxemburgo começou com a surpresa Souza como volante ao lado de Pierre, com Marcão como terceiro zagueiro, Wendel enfim na ala direita, Armero espetado no ataque à esquerda, Cleiton Xavier para articular para Diego Souza (na frente, como no Recife) e Keirrison.

O Colo-Colo repetiu o mesmo bom time que vencera com brilho no Palestra. Só que, com 14 minutos, perdeu o melhor da equipe - Torres. O que pesou para um mau primeiro tempo chileno. O Palmeiras aos poucos foi se soltando e mandou duas bolas na trave com Keirrison.

Na segunda etapa, Luxa fez o certo ao escalar Willians para dar velocidade ao time. Era o caso de sacar Souza em vez de Wendel. Mas Luxa tirou o ala que deveria ser titular há muito tempo onde jogava Fabinho Capixaba, e manteve Souza (bom no jogo aéreo, e que se superou em campo). O Palmeiras, porém, foi se perdendo.

Pierre saiu machucado no tornozelo, com 14 minutos, depois de tentar permanecer em campo como fizera Dudu na final do SP-72, mesmo com costelas quebradas.
Marcão foi justamente expulso aos 17, deixando o Palmeiras exposto a um Colo-Colo que já era mais equipe, também porque Willians entrará mal.
Para piorar, nada criava o Palmeiras, e ainda perdeu machucado Diego Souza, aos 37.
Os dois melhores palmeirenses e o melhor chileno estavam fora por contusão. O Colo-Colo atuava com inteligência e tinha o jogo e a classificação aos pés. Talvez faltasse um pouco mais de ousadia ao time de Santiago.

Mas, por essas coisas da bola, e por esse gigante que é o Palmeiras, o Verdão cresceu quando mais nada se esperava. Teve um lance com Willians. Outro com Maurício Ramos.

Até Cleiton Xavier dominar no meio e arriscar de longe, aos 41.
E mandar na gaveta do argentino Muñoz.

Um gol do tamanho do Palmeiras, da Libertadores, da camisa 10 verde, do futebol brasileiro.
Mais um gol para calar críticas, silenciar cornetas, berrar de peito aberto, dar cambalhota como se fosse criança.Verissimo já disse que não há um modo adulto de torcer por um time.

Se ele pudesse ver cada palmeirense em cada canto do mundo celebrando o gol de Cleiton Xavier, mais uma vez ele teria razão.
Nem um Ademir da Guia das letras descreveria o que foi o gol - e que golaço! - de Cleiton Xavier.
Não sou eu que saberei descrever.

Até porque, não sei o motivo, virei um Benjamin Button nos últimos minutos desta quarta-feira.

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